ZEITGEIST – notas sobre a primeira parte
A História também é o agora, também é o presente momento. Aqueles que julgam que a história se prende ao passado e que ele é seu único objeto de estudo estão completamente equivocados. A História trabalha com a ação/interação entre os seres, e isso é constante, perpétuo e completamente presente.
Não é exatamente toda religião que vai se apegar no passado ou no futuro. Existem aquelas que saúdam o presente também. E existem aquelas que saúdam o passar dos tempos.
Sinto que o problema da falta de confiança no presente esteja intimamente ligado na falta de confiança do indivíduo. Este coloca sua fé no passado e no futuro, livrando-se da culpa, reconfortando-se com palavras de salvação. Já que em seu presente momento, algo provavelmente não está no lugar que deveria, recorre à tentativa de alcançar pelo plano espiritual. Pois a força não é a dele e sim do divino. Pois tudo depende do divino. Se o divino quiser, ele terá, se ele não quer, o individuo não terá. A falta de confiança no presente é a depreciação do Eu de um indivíduo. Isso é um exemplo hipotético, porém, recorrente.
Hórus não era simplesmente um deus. Existiam muitos deuses com este nome... Em mito, é um deus solar, filho de Isis. Seu “inimigo” Set está mais por causa da briga pela ascensão ao trono, depois da morte de Osíris (indiretamente pai de Hórus) por Set que por qualquer outra causa.
É clara a relação que a escuridão (Set) mata o dia (Hórus), mas o dia sempre se levanta para dominar a escuridão... Fato é que os faraós eram Hórus na terra. Set é um “mal” necessário... Não simplesmente um ser de maldade pura. Não existe isso em Set e os egípcios não o viam dessa forma. Até porque, apesar de não ter sido coroado, Set ganhou muitos privilégios, ele estava dentro do barco real junto a Rá, que seguia ao céu todos os dias.
[Em off, eu vejo claramente neste mito o que depois veremos entre xiitas e sunitas, a ascensão por poder ou por linhagem?]
Esse tipo de mito, mito e política, sempre andaram juntos. Mãos dadas... Sempre.
Isis não era virgem, era uma deusa da fertilidade, casada com Osíris, então isso não faz o menor sentido... A relação dela com Hórus liga-se ao fato dela estar perto do corpo de Osíris morto que ela magicamente reanima por tempo suficiente para completar a concepção. Isis-mari? Que nome é esse? Além do fato de Isis ser um nome grego... O nome dela é Aset, Osíris é Wesir (wuh-seer) e Hórus é Heru (Heru-sa-Aset). Isis simboliza a Estrela do Cão, Sirius.
Baco era filho de Júpiter e Semeie. Então... Sem virgens, novamente.
Jesus, diferente dos outros exemplos citados, era um homem, não um deus. Então toda antologia, no final perde o sentido. Não se aplica algo divino em algo humano, isso não faz sentido. Não importa se ele foi “endeusado” pelos seguidores, ele jamais disse ser um deus. Ele dizia ser filho de deus, o que é bem diferente. Até pelo fato da humildade residente. O engraçado é ninguém além dele também dizer isso. Judeus se julgam inferiores a divindade, Jesus se colocava ao lado dela. Tinha um relacionamento intimo com ela, tinha inteira fé nela. É só isso. Se essa fé era verdadeira ou falsa, isso morreu com ele, um humano como qualquer outro.
Em Lucas 22:10, a passagem é sobre os festejos dos ázimos, chamada a páscoa. O que isso tem a ver com o advento de uma nova era? Uma nova festa, talvez? Não vejo lógica nisso. Não é um texto sobre “próxima passagem” e sim sobre onde eles iriam celebrar a páscoa, a última dele, por sinal.
É óbvio que os mitos, se fundem. Geograficamente e historicamente, tudo contribuiu para que as culturas de povos diferentes se fundissem. Traços da religião mesopotâmica chegaram até praticamente todas as outras. O Egito era um mix de muitas. E cada uma das que nasciam, tratavam de interagir umas com as outras, juntamente com o comércio e migração entre os povos. É esse o fato por trás de cada ponto que achamos em comum entre as tradições antigas. Nada místico, nada de plágios ocasionados por imposições. Só acontecimentos naturais, que cedo ou tarde aconteceriam com a convivência destes povos. Esse aglomerado cultural parece ser impossível, mas é real. Não era um acontecimento repentino, nada mudava da noite para o dia, mas com sociedades de cultura oral, é óbvio que as conversas passadas entre gerações vão mudar a estrutura do todo algum dia.
O feitiço 125 do livro dos mortos é uma declamação do morto, perante o seu julgamento divino. Não leis. Não feitiços. Apenas a declaração de “inocente” que o morto faz. E todo (aquele que podia, na verdade) morto tinha seus papiros do Livro dos Mortos, será mesmo que pegaram um para plagiarem?
Esse povo é bitolado com isso de “plágio”. Acredito que o natural seja fácil demais para acreditarem ser verdadeiro.
Muitos equívocos, poucas explicações realmente razoáveis. A única coisa certa é o ataque e certo ódio a religião judaica cristã.
0 Comentários